sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O Carnaval de Felisberto, por Gustavo do Carmo

Gustavo do Carmo (*)



Felisberto adorava carnaval. Não para pular em bailes e blocos, embriagar-se com amigos e dançar até acabar com as lindas foliãs. O carnaval de Felisberto era na frente da televisão, assistindo aos desfiles das escolas de samba.

Tinha obsessão pelos trajes mínimos e até ausentes das destaques, musas de alas, madrinhas e rainhas de bateria das escolas. Babava quando via um corpo seminu mal escondido pela fantasia. Principalmente se o corpo fosse de uma morena de olhos verdes que tivesse seios grandes.

A intenção de Felisberto era assistir a todas as escolas. Mesmo que varasse a madrugada. Não só as do Rio de Janeiro, onde nasceu e morava, como também as de São Paulo. O carnaval de Salvador e Recife ele não gostava muito porque só tinha música. As cantoras do trio elétrico e as meninas que pulavam em volta ficavam muito vestidas.

A preparação para o carnaval de Felisberto começava sempre na segunda-feira anterior, quando ia ao supermercado reforçar o estoque de refrigerantes e batatas fritas. Queria se manter acordado para assistir aos desfiles da primeira à última escola que atravessasse a avenida. Claro que raramente Felisberto conseguia. Na maioria das vezes dormia na metade.

Acordava decepcionado. Se lamentava por ter perdido aquelas belezuras. Só se acalmava quando via o compacto dos desfiles na tarde seguinte. Não saía de casa antes da quarta-feira de cinzas, quando comprava todos os jornais e revistas que traziam fotos dos desfiles. Ia diretamente à seção das mulheres bonitas. Mesmo assim, ainda guardava um pouquinho de tristeza porque ver pelas fotos não era a mesma coisa do que ao vivo pela televisão.

Felisberto começou a gostar de carnaval ainda criança, quando frequentava as matinês dos bailes. Fantasiava-se de batebola e brincava com o primo, o vizinho e alguns amiguinhos que fazia no clube. Aos doze anos, enjoou. Passou a ficar em casa mesmo, assistindo aos desfiles, primeiro com parentes e, depois, apenas com os pais. Começou a avaliar, a curtir os sambas-enredo e acompanhar a apuração para ver as escolas campeãs, as rebaixadas e as que sobem.

Quando entrou na puberdade, aí sim, as mulheres seminuas ou mesmo nuas se tornaram as melhores atrações para Felisberto. Quando passava o carnaval, seguia a sua vida normal. Estudou, fez faculdade, se formou em economia, estagiou, virou gerente de banco e se casou.

Conheceu Djenane no banco onde estagiou, foi efetivado e promovido a gerente. Ela era a caixa e trabalhava apenas para pagar a faculdade de Direito. Foi a sua primeira namorada. No início do romance, saíam para passear todos os dias. Como todo bom casal. Exceto no carnaval.

No primeiro em que já namorava, fez questão de avisar a Djenane que ele não saía de casa, de jeito nenhum. Carnaval, para ele, era sagrado. Na verdade, sagrados eram os desfiles. E ele fazia questão de assistir sozinho. Não queria a presença dos pais, muito menos da namorada. Nem ligava para ela durante a noite.

Djenane ficou com ciúmes no primeiro ano. Mas relevou nos dois anos seguintes, até o primeiro carnaval depois do casamento (se casaram no mês de novembro anterior). No segundo ano, Djenane queria dar uma ótima notícia para o marido. Já estava farta da paixão de Felisberto pelas mulheres do desfile e decidiu na hora sagrada mesmo. Disse que estava grávida. Felisberto sequer deu atenção. Quando soube, na quarta-feira de cinzas, pulou de alegria e beijou a mulher, que já o tratou friamente.

No terceiro ano, Felisberto sequer ajudou a mulher a cuidar do filho Felipe. O menino chorava de fome e o pai não desgrudava da televisão. Sorte que o bebê tinha a mãe. No carnaval seguinte, Djenane prometeu se vingar.

Felisberto, como em todos os anos, não desgrudava da televisão para ver os desfiles. E, como sempre, dormia na metade da madrugada. Até que, de repente, ele acordou e viu logo de cara uma bela mulher, morena clara, olhos verdes, seios muito fartos e naturais. Totalmente expostos. Fantasia só no tapa-sexo de paetê, no glitter que brilhava o corpo e no esplendor da cabeça. Era a rainha de bateria da sua escola favorita.

Djenane concedia uma entrevista coletiva. Foi a sensação do desfile. Aos repórteres, dizia que o marido não lhe dava atenção, a princípio no carnaval, depois durante todo o ano. Decidiu ser rainha de bateria para ser vista por Felisberto, pelo menos na época da folia, além de mostrar que não estava gorda e feia como ele achava. Para ela, o marido observava mais as mulheres nuas nos desfiles do que a esposa que tinha em casa. Por isso, resolveu desfilar sem roupa e posar da mesma forma para uma revista masculina que sairia em breve. Só assim ele lhe daria atenção. Completou que o esposo trabalhava tanto que nem percebeu a saída dela para os ensaios e a viagem para São Paulo fotografar para a revista. Sonolento, Felisberto reconheceu a ex-esposa.

Isso mesmo. Divorciou-se de Djenane e nunca mais na vida quis saber de carnaval. Passou a ter repulsa. Aos amigos, dizia que os desfiles de escolas de samba estavam muito industrializados. Iguais e comportados. Não tinham mais o charme e a sensualidade de antigos carnavais.

(*) Jornalista e publicitário de formação e escritor de coração. Publicou o romance “Notícias que Marcam” pela Giz Editorial (de São Paulo-SP) e a coletânea “Indecisos - Entre outros contos” pela Editora Multifoco/Selo Redondezas - RJ. Seu blog, “Tudo cultural”, é bastante freqüentado por leitores.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A luz guia o caminho de cada ser, por Juliano Luís Pereira Sanches

Juliano Luís Pereira Sanches (*)



Acenda a lamparina e comece a enxergar. A lamparina é feita de pavio e refil. Ilumina a vista sobre o convés do navio. A lamparina é a luz que brilha em cada um de nós, mesmo no sol do meio-dia e no inverno da meia-noite. O pavio é o espírito, e o refil é a fé, renovada pela intimidade com o Criador.

O convés do navio é o caminho de cada um. Ao passar por tal caminho, São Francisco de Assis se pôs à disposição da dança da vida. A iluminação de São Francisco se fez pelas sementes de paz e bem, pela caridade e por enxergar todas as criaturas como suas irmãs. Isso porque são um todo, e o todo é um. Para encontrarmos a paz espiritual, devemos ter a atitude franciscana de nos tornarmos íntimos com a criação do Criador. Saber o quanto as partes do Universo são expressões de Deus.

São Francisco deixou sua família, porque percebeu que o vínculo com ela o fazia ter apego, orgulho e egoísmo. Cada um deve encontrar o que gera perturbação e depois mudar a si mesmo, para que os caminhos sejam reconstruídos. A família de São Francisco entendia a posse como satisfação dos desejos. Por meio de mensagens espirituais, São Francisco percebeu que a vida de luta por posse não era o seu caminho. O jovem resolveu se pôr em busca de respostas e começou a se desprender da escravidão dos desejos insaciáveis. Os desejos são fontes de caos e perturbação do espírito. São Francisco não pregou a privação, mas, a paz, para espiritualizar as escolhas do caminho. Viveu o si espiritual antes do ter material. A oração e o repouso da mente ajudaram-no a se livrar da escravidão materialista.

Em uma meditação sobre São Francisco de Assis, fui orientado a deixar a água corrente de Deus banhar a minha alma. Compreendo, com tal mensagem, que a água corrente de Deus é a força espiritual que nos faz perceber o quanto o sagrado se manifesta em tudo, em todos e em qualquer lugar.

Devemos, como disse São Francisco de Assis, ser instrumentos de paz, isto é, nos fazermos pontos de ligação e harmonia com a paz. Ao nos ligarmos à serenidade de Deus, nos livramos da ansiedade e do medo, e nos tornamos uma lamparina, instrumento onde Deus acende diariamente as luzes de bênçãos, amor, prosperidade e sabedoria. Assim também, os amigos animais e plantas estão à luz do Criador. São identidades de Deus. Homens e mulheres santos como Francisco reconhecem o sagrado nos animais, nas plantas e em tudo. Contemplam o eterno existir de todas as moradas do Universo. Fazem a luz do coração iluminar e libertar as cegueiras do mundo.

(*) Jornalista, folclorista e poeta de Campinas. Foi repórter de assuntos gerais nos programas Sexta Cultural, Fractal, Jornal da Educativa e Bom Dia Campinas, da Rádio Educativa FM 101.9 (www.campinas.sp.gov.br). Atualmente, é apresentador, repórter e produtor do programa de jornalismo educativo Ponto & Vírgula da Rádio Educativa em parceria com a Secretaria de Educação de Campinas. Colaborador do Portal Sorocult (www.sorocult.com), e colunista do Jornalzen (www.jornalzen.com.br), de Campinas.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Vida poética, por Bruno Lara

Bruno Lara (*)



Podem falar que a poesia e a literatura em geral são como anestesia para a vida, não ligo. O fato é que ambas são boas, são ótimas, são lindas!

Sou daqueles que enxergam poeticamente a vida, percebendo detalhes em situações comuns, a principio banais. Por exemplo? Na briga do casal, ou mesmo quando esse toma sorvete de casquinha no banquinho da praça às 17h de um domingo qualquer; na movimentação das pessoas no ponto de ônibus; no cachorro tirando pulgas; na formação ou deformação das nuvens; na menina tímida e delicada; na chuva; no samba que acontece no bar; no abraço entre pai e filho; no passarinho alimentando os filhotes...

Essas são algumas das situações que me chamam a atenção, despertam o meu olhar curioso. Geralmente, guardo-as para mim, não comento com alguém. Na média, as pessoas consideram tolas a cenas descritas acima.

É difícil compartilhar a beleza do vento tirando o sossego das árvores, que trazem o som das folhas batendo umas contra as outras e mexendo com toda uma gama de bichos que ali habitam. É difícil compartilhar o choro ou mesmo o sorriso encantador da menina que caminha na calçada entre inúmeras outras pessoas. É difícil compartilhar a beleza do infinito amor que o vira-lata oferece a qualquer pedestre. São difíceis sim, mas a compreensão é prazerosa!

Na falta de muitas visões poéticas e ouvidos sensíveis, encontro uma fria e vulgar folha de caderno antigo. A princípio, ela aceita tudo, mas ao ser preenchida, a folha deixa de ser ordinária e personaliza-se. Agora ela é uma arte, assim como a moça da vida que tornou-se uma dama apaixonante.

(*) Estudante de Comunicação Social e editor do blog letraseharmonia.blogspot.com/ .

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Close-up, por Eduardo Oliveira Freire

Eduardo Oliveira Freire (*)



Vista panorâmica da cidade. Aleatoriamente focaliza-se um ponto. O rapaz corre com a moto para fazer um entrega. Trabalha bastante, quer juntar algum para o casamento.

Chegou ao seu destino e entrega a uma moça o envelope. Ela está triste por estar sozinha em uma cidade estranha, o marido só chega à noite. A moça tenta se adaptar. Liga para o marido e diz que o documento importante chegou.

Ele está com muitos afazeres, precisa desta promoção. Fala apressadamente com a mulher, porque tem uma reunião com o chefe. O senhor que fala com rapaz à sua frente é um sargento na empresa, porém em casa, uma manteiga derretida.

O mais novo telefonou, tentou convencê-lo a lhe dar de presente uma moto. Ele argumentou que vai pensar sobre o assunto. A servente bate na porta, pergunta se pode limpar o recinto. Está lá há pouco tempo e muito contente com o emprego. Vai poder ajudar o marido na prestação da casa e fazer uma bela ceia de natal. Desfoca. Retorna-se à vista panorâmica da cidade.

(*) Eduardo Oliveira Freire é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, está cursando Pós Graduação em Jornalismo Cultural na Estácio de Sá e é aspirante a escritor.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Dona Nena, por Risomar Fasanaro

Risomar Fasanaro (*)



Minha mãe além de ser uma pessoa que nos tornava cativos com suas histórias, preservava certa ingenuidade própria de quem levava o seu modo de vida. Casou-se cedo, quase não saía de casa, só convivia com os filhos, o marido e alguns poucos amigos, distante da capital. É possível que isso concorresse para aquela ingenuidade. Acreditava em qualquer historia que lhe contassem.

Valendo-nos disso, a partir da adolescência criávamos em casa um clima de muita alegria, pois com dois filhos e duas filhas tínhamos sempre alguma história criada por nós, para animar o ambiente.

Leovil, um amigo, na verdade quase nosso irmão, pois viera morar conosco em Osasco, aos dezessete anos, para cursar o colegial, e nunca mais voltou a viver com os verdadeiros pais, tinha um cão de raça, grande, lindo. Acontece que um dia resolveu construir nos fundos da casa onde morava um salão de festas, e tudo correria bem se o cão não tivesse implicado com os pedreiros e se pusesse a avançar e a atrapalhá-los no serviço. Tornou-se impossível a permanência dele naquele espaço.

Vida (apelido de Leovil) pediu aos meus pais para ficar com o animal alguns dias, enquanto se construía o salão. Não tenho certeza, mas acho que meus pais só aprenderam a dizer não aos filhos verdadeiros. E assim o cachorro veio para nossa casa.

Como era muito grande e bravo, ficou preso a uma goiabeira que havia no fundo do quintal. O animal não nos conhecia, por isso nos estranhava tanto quanto tinha estranhado os pedreiros, e seu latido interminável continuou lá em casa. Latia tanto que ficava com os olhos intensamente vermelhos.

Minha mãe estranhou os olhos daquele cachorro. Afinal, ela sempre criou cães em casa, e nunca vira nenhum que latisse daquela forma, nem que tivesse os olhos vermelhos. Um dia em que cheguei do colégio onde dava aulas, ela me chamou, me mandou olhar os olhos do cachorro e com seu sotaque e sua conjugação verbal pernambucana, sempre na segunda pessoa do singular, me perguntou:
-Risomar, já viste como este cachorro tem os olhos vermelhos?

Olhei o cachorro e vi que realmente estavam mais vermelhos que a bandeira do PT. Imediatamente me veio a vontade de aproveitar aquilo para inventar uma história:
-Sabe o que é, mamãe, é que Vida dá maconha pro cachorro, e como ele já está há dois dias aqui sem a droga, fica assim...

Minha mãe arregalou os olhos e disse:
-Risomar, não me diz uma desgraça dessa!...Vida dá maconha pro bichinho?

E eu, cinicamente confirmei:
-Pois é, mamãe, ele dá, que é pra o cachorro parar de latir e não incomodar os vizinhos...

Como ela já estava acostumada que em nossa casa, onde havia além de mim, meu filho, meus irmãos e sobrinhos, além dos inúmeros amigos que tínhamos, sempre circulando por ali, e cada dia alguém inventando uma novidade, não acreditou a princípio:
-Estás inventando isso, só pra me assustar...

E eu me investindo de toda seriedade, reiterei:
-Não, mamãe, é verdade. Eu acho isso um horror, até já falei com ele, mas ele disse que é o único jeito de acalmar o Bundum.
-Bum o que, menina?
- Bundum mamãe, é esse o nome do cachorro.
- Isso é lá nome pra se dar a um animal de estimação... Eu sempre escolhi nomes bonitos pros meus bichinhos...

Ainda não convencida, mamãe argumentou:
-É brincadeira tua, vou perguntar essa história a Rômulo.

Imediatamente tratei de ir à casa do meu irmão que morava perto, e preveni-lo. Animado com a história, dali a um pouco ele foi lá, como se não soubesse de nada. Assim que chegou, ela foi logo perguntando:
-Rômulo, é verdade que Vida dá maconha ao cachorro pra ele não ficar latindo?

Rômulo que fala pouquíssimo, e por isso merecia dela muito mais crédito do que qualquer um de nós, respondeu:
-É sim, mamãe, ele dá maconha ao cachorro umas três vezes por dia...

E minha mãe horrorizada, perguntou:
-E isso é permitido por lei?
-Claro que não!... Se a policia descobrir que a gente tem um cachorro aqui que usa maconha, vai dar o maior problema...

E ela, com as mãos postas:
-Virgem Maria! Minha Nossa Senhora da Conceição!
E, em tom, autoritário:
- Risomar, chame seu pai!

A essa altura, toda a família já havia entrado no jogo e exagerava os riscos que corríamos com aquele cachorro ali. Todos falavam ao mesmo tempo, cada um dava um palpite. Ninguém entendendo o que o outro dizia, o que era um hábito familiar sempre que nos reuníamos.

A cada um que chegava ela perguntava o que achava e todos a alarmavam, falavam do perigo que aquele animal nos oferecia.

Por fim ela pediu ao meu pai. Pediu é uma forma delicada de falar, na verdade o tom era quase de uma ordem:
-João, vá à casa de Vida e diga a ele que a gente não pode ter mais este cachorro aqui.
Que é pra ele vir buscá-lo!

Saí de fininho da cozinha, onde toda essa discussão se processava, e liguei pra Leovil. Contei o que se passava a ele, e pedi para ir lá em casa e sustentar a história que eu criara. Vida, que faleceu há mais de oito anos, era a pessoa mais brincalhona que conheci em toda minha vida. Um contador de piadas dos maiores. Além de ser um rapaz belíssimo, estava sempre rindo.

Animado com a brincadeira veio imediatamente à nossa casa, e ela, toda cheia de dedos, não querendo magoá-lo, por fim achou um jeito de perguntar:
-Leovil, por que esse cachorro late tanto?

E ele com a naturalidade própria dos que estão acostumados a esse tipo de brincadeira:
-Sabe o que é, dona Nena, é que eu dou maconha a ele três vezes por dia, e nem ontem nem hoje eu dei. É por isso que ele está assim. Está sentindo falta da droga...

Mamãe arregalou os olhos e toda pesarosa, disse:
-Ô meu filho, leva esse cachorro embora, ele não gostou daqui não, ele não se deu com a gente não.

Foi nesse momento que todo mundo começou a rir e ela percebeu que estávamos brincando. No mesmo instante virou-se pra mim:
-Mas, Risomar, como tiveste coragem de fazer isso com tua mãe!

E não resistindo à comicidade da situação, olhou de novo pro cachorro e comentou:
-E num é que ele é até bonitinho!. –..E começou a rir conosco..

(*) Jornalista, professora de Literatura Brasileira e Portuguesa e escritora, autora de “Eu: primeira pessoa, singular”, obra vencedora do Prêmio Teresa Martin de Literatura em júri composto por Ignácio de Loyola Brandão, Deonísio da Silva e José Louzeiro. Militante contra a última ditadura militar no Brasil.