Juliano Luís Pereira Sanches (*)
Acenda a lamparina e comece a enxergar. A lamparina é feita de pavio e refil. Ilumina a vista sobre o convés do navio. A lamparina é a luz que brilha em cada um de nós, mesmo no sol do meio-dia e no inverno da meia-noite. O pavio é o espírito, e o refil é a fé, renovada pela intimidade com o Criador.
O convés do navio é o caminho de cada um. Ao passar por tal caminho, São Francisco de Assis se pôs à disposição da dança da vida. A iluminação de São Francisco se fez pelas sementes de paz e bem, pela caridade e por enxergar todas as criaturas como suas irmãs. Isso porque são um todo, e o todo é um. Para encontrarmos a paz espiritual, devemos ter a atitude franciscana de nos tornarmos íntimos com a criação do Criador. Saber o quanto as partes do Universo são expressões de Deus.
São Francisco deixou sua família, porque percebeu que o vínculo com ela o fazia ter apego, orgulho e egoísmo. Cada um deve encontrar o que gera perturbação e depois mudar a si mesmo, para que os caminhos sejam reconstruídos. A família de São Francisco entendia a posse como satisfação dos desejos. Por meio de mensagens espirituais, São Francisco percebeu que a vida de luta por posse não era o seu caminho. O jovem resolveu se pôr em busca de respostas e começou a se desprender da escravidão dos desejos insaciáveis. Os desejos são fontes de caos e perturbação do espírito. São Francisco não pregou a privação, mas, a paz, para espiritualizar as escolhas do caminho. Viveu o si espiritual antes do ter material. A oração e o repouso da mente ajudaram-no a se livrar da escravidão materialista.
Em uma meditação sobre São Francisco de Assis, fui orientado a deixar a água corrente de Deus banhar a minha alma. Compreendo, com tal mensagem, que a água corrente de Deus é a força espiritual que nos faz perceber o quanto o sagrado se manifesta em tudo, em todos e em qualquer lugar.
Devemos, como disse São Francisco de Assis, ser instrumentos de paz, isto é, nos fazermos pontos de ligação e harmonia com a paz. Ao nos ligarmos à serenidade de Deus, nos livramos da ansiedade e do medo, e nos tornamos uma lamparina, instrumento onde Deus acende diariamente as luzes de bênçãos, amor, prosperidade e sabedoria. Assim também, os amigos animais e plantas estão à luz do Criador. São identidades de Deus. Homens e mulheres santos como Francisco reconhecem o sagrado nos animais, nas plantas e em tudo. Contemplam o eterno existir de todas as moradas do Universo. Fazem a luz do coração iluminar e libertar as cegueiras do mundo.
(*) Jornalista, folclorista e poeta de Campinas. Foi repórter de assuntos gerais nos programas Sexta Cultural, Fractal, Jornal da Educativa e Bom Dia Campinas, da Rádio Educativa FM 101.9 (www.campinas.sp.gov.br). Atualmente, é apresentador, repórter e produtor do programa de jornalismo educativo Ponto & Vírgula da Rádio Educativa em parceria com a Secretaria de Educação de Campinas. Colaborador do Portal Sorocult (www.sorocult.com), e colunista do Jornalzen (www.jornalzen.com.br), de Campinas.
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Um comentário:
Olá tudo bem. Eu sou o Juliano Sanches. Obrigado por postar meu texto. Visite meu blog, quando puder.
http://casadojulianosanches.blogspot.com/
Um grande abraço.
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