Débora Santos (*)
Loucura talvez! Estranho, acho que seria a pronúncia correta. De repente, alguém aparece na sua vida, lhe conquista, lhe envolve, lhe seduz como um amante perfeito.
Palavras doces saem da boca do amor perfeito, oras... Amor perfeito? Quem disse isto? Exatamente assim, as palavras também saem de sua boca, de uma hora para outra, aquela pessoa se torna a mais maravilhosa do mundo, melhor que o ex e, provavelmente, melhor do que qualquer outro.
Ligações, torpedos, orkut e msn – nossa! Um não pode viver sem se comunicar com o outro. A coisa caminha mais ou menos assim: beijos, carícias, brincadeirinhas, e depois, mesmo depois do encontro – o telefone toca, você olha no identificador de chamadas e lá está o nome do dito cujo, atende com um sorriso que vai de orelha a orelha, mais ou menos assim:
"- Oi amoooorrrrrrrr! Tudo bem? Você chegou bem?
- Oi meu docinho, cheguei. Não vai me dizer que já estava dormindo?
- Não amore, para você sempre tenho tempo!
- Eu também, sempre terei tempo e desejo para falar com você!
- Estou morrendo de saudades!
- Eu também!
- Adorei tudo o que fizemos hoje!
- Também adorei, não vejo a hora de vê-lo novamente!
- Bom, vamos dormir, né!
- É mesmo, amanhã temos que trabalhar, um beijo e sonha comigo!
- Beijuuuuussssssss e sonha comigo também!"
O tempo passa, vocês vão se conhecendo, claro! Você acredita que conhece tudo da pessoa, chega a pensar: “Nossa! Realmente encontrei o amor da minha vida”.
O tempo urge e como urge... Algumas coisas vão ficando chatas, aquelas manias que eram despercebíveis no começo, agora passam a atormentar. Depois de algum tempo, as coisas vão piorando, aquela pessoa vai ficando distante, mesmo assim, você acha que tudo vai melhorar.
Torpedo, nem pensar, a desculpa é que a conta do mês passado veio alta demais; orkut, aiaiai... que orkut? E no msn, aquelas frases bonitas e melosas se transformam em: “oi, vc td bem? Akí ta osso, mto trampo, vlw! Bj”. Você lê e se pergunta: “tá osso? Como assim? Ele agora trabalha numa fábrica de botões ou num frigorífico?” E isso quando está com o ícone de ocupado ou ausente. Depois offline é o seu nome!
Um dia liga, no outro nem sinal de fumaça. Mas, continua a pensar que é uma fase, os encontros vão diminuindo, os telefonemas também. E quando liga é para dizer que não poderá comparecer ao encontro. Depois, o telefone morre, ou seja, não liga para ao menos dizer: “Ô coisa do outro mundo, não poderei comparecer hoje, ok!” Nada, inércia da inércia.
Até que o juízo final chega. Ah! Como chega! O bofe tudo de bom que você achava que conhecia e comentava para as amigas, acaba se tornando um encosto, deixa você no descontrole total. As suas amigas pedem ajuda até para os búzios. Você de qualquer forma quer entender o que passa na cabeça do seu "amor", pensa que poderá mudá-lo, santa inocência, Batman!
No final, você acaba percebendo que aquela pessoa é totalmente outra, o corpo permanece o mesmo, no entanto, a mente e o coração dele partiram e partiu junto o seu coração.
* Jornalista.
quarta-feira, 30 de julho de 2008
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