quinta-feira, 26 de junho de 2008

Medos e descobertas de Sofia, por Silvana Alves

O vento entra pela janela e as cortinas do quarto se agitam. Sofia acorda meio assustada com o barulho que o vento faz. Levanta-se para fechar a janela, mas ao olhar para fora do quarto vê no horizonte o nascer do sol e pensa no que tinha acontecido.

Na noite anterior tinha saído com alguns amigos da faculdade. Sofia cursava o 2º semestre de Direito e sempre teve ótimos relacionamentos com todos os alunos do curso e da faculdade. Queria como toda menina de 19 anos, se formar e ir embora da cidade aonde nascera e tinha sido criado.

Era filha única e seus pais sempre foram muito protetores. Quando passou no vestibular eles choraram de emoção e tristeza, porque a jovem menina de cabelos longos e pretos, partiria para uma cidade no interior de Minas Gerais.

A cidadezinha era pequena com apenas 50 mil habitantes todos praticamente se conheciam, era até perigoso falar mal de alguém, porque um poderia ser parente do outro e assim sucessivamente.

Mas naquela manhã, que Sofia foi acordada com o vento, ela estava trêmula e ansiosa. Na noite anterior saiu com um grupo de amigos da faculdade, aproximadamente 30, de vários cursos entre Agronomia, Comunicação, Direito e Medicina.

Ela era a mais jovem da turma e pode-se dizer a mais ingênua também. Desde criança sempre foi muito bonita, cabelo preto, longo pela cintura, olhos azuis que puxara de seus avós italianos, a pele parecia a de uma bonequinha de porcelana. Era baixa, apenas 1,60m, seu peso era compatível com seu tamanho.

Não gostava de praticar esportes. Sempre achou uma perda de tempo. Seus dotes eram naturais. Naquela noite, ao sair com os amigos, conheceu o jovem Beto, mais experiente que ela, tinha 25 anos e cursava o 8º período de Medicina.

Ele era natural da Capital de São Paulo, foi a primeira vez que se viram. Ao chegar, Sofia o avistou de longe e ficou encantada. Comentou com sua melhor amiga, Berenice:
- Bere, quem é aquele gato?
- Esquece não é pra você. Ele é um piranha!!! – exclamou Berenice

A amiga a alertou sobre o que poderia vir pela frente.
- Ah, diga quem é? – insistente, perguntou novamente
- Chama-se Beto, já pegou praticamente todas as meninas do Curso de Medicina. Ele faz residência no hospital da faculdade e da cidade. A cara de anjo engana, cuidado! – alertou Berenice.

Sem dar muita atenção ao que sua amiga falava, Sofia o admirava. Era alto, devia ter um 1,80m, tinha cabelos curtos e ajeitadinhos, seus olhos tinham cor de mel e sua boca carnuda chamava a atenção de todas as meninas. Todos sentados, bebendo, comendo, rindo. Sofia olhava-o sem parar. Sua amiga já havia lhe dado vários cutucões, mas ela exclamava:
- Ele é lindo! Vou beijá-lo!
- Amiga, ele não fica só nos beijos, cuidado. Você, além de nova, é ingênua – alertou Berenice.

Já passavam das 23h30, quando alguns começaram a se despedir. Afinal, no dia seguinte, sábado, alguns teria aula, outros iriam para suas cidades, outros teriam que trabalhar e outros apenas curtiriam o final de semana, como Sofia. Sem trocar uma palavra no tempo que esteve sentado com a roda de amigos, Beto se aproxima de Sofia e diz.
- Você é sempre quieta?

Ela não acredita no que ouve e fica sem voz. Afinal, o bonitão veio falar com ela. Como não obtém uma resposta, oferece uma carona para ela e a amiga. No carro, Berenice, a mais falante, puxa assunto e Sofia, no banco de trás, somente ri, e troca olhares com Beto. Ao chegarem à casa das meninas, Berenice desce e se despede, chamando Sofia, que tem sua mão segurada por Beto, que diz.
-Podemos só conversar antes de você subir?

Atenta, olha para amiga e pensa em tudo o que Berenice falou: (Ele já pegou todas as meninas, ele não presta, ele fica com um monte de meninas numa só noite.....).
- Sim, podemos – e sorri para Berenice, que a olha com ar de “eu avisei”.

Mas o rapaz, filho de empresária e médico da Capital Paulista, não queria apenas conversar. Foi para o banco de trás do carro e lá começou a alisar os cabelos de Sofia, que estava feliz, pois beijaria o bonitão da faculdade. E, claro, foi exatamente o que aconteceu. E tudo estava indo muito bem, quando Beto “tentou avançar o sinal”, colando suas mãos por dentro da calça de Sofia. E ela disse: “pára!”.

Ele, claro, sem entender nada, ficou assustado e perguntou o que houve. Ela, nervosa, já transpirava mais do que uma bica de água. Disse que não poderia fazer mais nada além daquilo e pronto. Ele não entendeu, mas respeitou e começaram a se beijar novamente. Com beijos loucos e ardentes a ponto de deixá-los cheios de tesão, ele começa a acariciar seus seios, deixando-a ainda mais cheia de desejo.

Foi quando ela tentou “fugir” dele e ele, sem entender nada, perguntou:
- Qual o seu problema? Mas gosta de receber carinhos?
Com a voz trêmula e envergonhada, ela responde:
- Nunca passei de beijos!
Ele não entendeu.
- Eu nunca fiz amor com ninguém! – ela exclama, e sai correndo.

Ao entrar no quarto, pensa na besteira que fez e se sente envergonhada, mas ao mesmo tempo entusiasmada. Foi a primeira vez que um homem a tocou daquela maneira, enchendo-a de desejos e novas descobertas. Assim, ela adormece, para começar uma nova etapa de sua vida......

(*) Estudante do 4º ano de Jornalismo das Faculdades Integradas Teresa D'Ávilla (FATEA), de Lorena-SP.

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