Samuel C. da Costa (*)
Toda a poesia será castigada?
Pergunte ao suicida.
Oh cidade claustrofóbica!
Por que?
Mil vezes por que
me deixaste sozinho
para morrer?
Oh palavras que se repetem
e se repetem
e se repetem,
sonho mecanizado
do mundo diluído
nas telas das tevês!
Cidade cinzenta,
vazia,
concreto armado,
mente vazia...
Frasco de remédio vazio,
sonho mecanizado
em mecanografia
a tabular os dados
de mais um suicídio...
Mais um suicídio
na Central do Brasil,
Babilônia de todos pecados!
Centro do poder,
Capital do Brasil.
Toda a arte será castigada?
São santos a chorar,
Pois toda a arte será castigada!
Sonho mecanizado,
cinza,
como só eu sei ser!
(*) Cronista e poeta em Itajaí/SC
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
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