segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Mecanizada, por Samuel C. da Costa

Samuel C. da Costa (*)



Toda a poesia será castigada?
Pergunte ao suicida.
Oh cidade claustrofóbica!

Por que?
Mil vezes por que
me deixaste sozinho
para morrer?

Oh palavras que se repetem
e se repetem
e se repetem,
sonho mecanizado
do mundo diluído
nas telas das tevês!

Cidade cinzenta,
vazia,
concreto armado,
mente vazia...

Frasco de remédio vazio,
sonho mecanizado
em mecanografia
a tabular os dados
de mais um suicídio...

Mais um suicídio
na Central do Brasil,
Babilônia de todos pecados!

Centro do poder,
Capital do Brasil.
Toda a arte será castigada?
São santos a chorar,
Pois toda a arte será castigada!

Sonho mecanizado,
cinza,
como só eu sei ser!

(*) Cronista e poeta em Itajaí/SC

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